Se você é gestor, advogado ou empresário e se sente perdido com tantos termos técnicos que surgem nas discussões sobre segurança digital, LGPD e incidentes de dados — respire. Esse post é pra você.
Vamos direto ao ponto: não é sua função ser especialista em tecnologia. Mas entender minimamente o que significa um ataque de ransomware, o que é um deepfake ou por que o BYOD pode comprometer seus dados corporativos é fundamental para tomar boas decisões jurídicas e estratégicas.
Por isso, reunimos aqui uma espécie de “dicionário leigo” da cibersegurança, com explicações simples, diretas e sem jargões.
🔐 Ransomware
É um tipo de ataque digital em que o criminoso sequestra os dados da empresa, criptografa os arquivos e exige um resgate (geralmente em criptomoedas) para liberar o acesso. Mesmo que a empresa pague, não há garantias de que os dados serão recuperados.
→ Impacto jurídico: exige notificação à ANPD, medidas emergenciais e pode gerar responsabilidades trabalhistas, contratuais e civis.
🎣 Phishing
É a prática de enganar alguém para que clique em um link falso, informe uma senha ou baixe um arquivo malicioso. Normalmente, esses ataques vêm por e-mail e imitam comunicações legítimas (como bancos ou empresas conhecidas).
→ Pense assim: phishing é “pescar” vítimas no digital — e muitas empresas caem todos os dias.
📱 Smishing
É o “primo” do phishing, só que feito via SMS ou aplicativos de mensagem. Você recebe uma mensagem dizendo que precisa clicar em um link, atualizar um cadastro ou pagar uma taxa. É golpe — e pode instalar vírus no celular ou roubar dados.
→ Dica: funcionários que usam o celular para trabalhar (especialmente sem política de segurança) expõem dados da empresa a esse risco.
💼 BYOD (Bring Your Own Device)
Significa “traga seu próprio dispositivo”. É quando colaboradores usam seus próprios notebooks, celulares ou tablets para trabalhar. É prático — mas também abre uma brecha enorme para vazamentos, perda de dados e conflitos sobre privacidade.
→ Risco jurídico: auditar dados nesses aparelhos pode violar direitos do colaborador se não houver política clara, consentimento e amparo legal.
🧠 Engenharia Social
É quando o criminoso manipula pessoas (e não sistemas) para conseguir informações sigilosas. Pode ser fingindo ser alguém da empresa, ligando como se fosse do banco, ou se passando por um cliente — sempre para enganar e coletar dados ou acesso.
→ É o famoso “golpe do crachá” — só que digital.
🧪 Deepfake
É uma tecnologia de edição de vídeo, imagem ou voz que usa inteligência artificial para criar falsificações realistas, muitas vezes indetectáveis. Pode ser usada para difamar alguém, fraudar processos ou enganar sistemas de reconhecimento facial.
→ Alerta: pode gerar danos morais gravíssimos, processos criminais e escândalos institucionais.
🔓 Cadeia de custódia digital
É o registro completo e ininterrupto de como um dado ou evidência digital foi coletado, armazenado, analisado e apresentado. Fundamental em casos jurídicos e investigações.
→ Se você acessa um celular de funcionário sem preparo jurídico, pode invalidar provas e ainda cometer violação de dados.
📊 Governança de dados
É o conjunto de políticas, práticas e responsabilidades que determinam como os dados são coletados, tratados, protegidos e compartilhados dentro de uma empresa. Sem ela, o risco jurídico e técnico é alto.
→ Não é só TI: envolve jurídico, RH, comercial, marketing e a alta gestão.
📣 Notificação de incidente
É a obrigação legal de avisar à ANPD e aos titulares de dados quando a empresa sofre um vazamento relevante, acesso indevido ou falha de segurança.
→ Ignorar esse dever pode gerar sanções, bloqueios e danos à imagem institucional.
🛡️ DPO (Data Protection Officer ou Encarregado de Dados)
É o profissional que atua como ponte entre a empresa, os titulares de dados e a ANPD. Ele ajuda a empresa a cumprir a LGPD e a responder juridicamente a solicitações e incidentes.
→ Pode ser interno ou terceirizado — mas deve ter preparo técnico e jurídico.
Conclusão: traduzir o risco é o primeiro passo para se proteger
Entender o básico sobre os termos do mundo digital é essencial para advogados, líderes e tomadores de decisão. Não se trata de virar técnico — mas de compreender o suficiente para não ser surpreendido, enganado ou exposto a riscos desnecessários.
Na Sobral e Sá Advogados, ajudamos empresas a traduzir o universo técnico da segurança digital para o jurídico — com foco em prevenção, conformidade e apoio em situações críticas.
Quer entender melhor como proteger sua empresa com clareza, linguagem acessível e estrutura legal? Fale com a gente.